quinta-feira, 6 de novembro de 2008

COMO SUPERAR A CRISE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Excelente materia publicada pela Revista Construção Mercado de novembro de 2008. Veja na íntegra:
Saiba quais ações já podem ser tomadas frente ao novo cenário econômico.
Incorporadoras e construtoras:
a) Estabeleça novas prioridades para aplicação de recursos, considerando as mudanças no cenário econômico. Estabeleça três cenários possíveis: otimista, intermediário e realista.
b) Procure diminuir o nível de endividamento para os próximos meses.
c) Direcione caixa para conclusão de obras em andamento. Na compra de terrenos, atenha-se somente às oportunidades imperdíveis.
d) Revise seu segmento de atuação.
e) Repense lançamentos comerciais e residenciais de médio padrão, com grande oferta de mercado, que eventualmente estivessem previstos antes da crise.
f) Ajuste a patamares mais realistas salários e sistemas de remuneração variável.
g) Aprofunde-se e, se necessário, revise o processo de análise de crédito aos mutuários.

Construtoras de obras públicas.

a) Em princípio, a curto prazo, as obras públicas não deverão ser muito afetadas pela crise. A médio e a longo prazo a situação pode mudar se a arrecadação dos impostos cair significativamente e se as despesas de custeio do governo não forem contidas.
b) As taxas de juros para capital de giro tendem a aumentar, mais pela sensação de instabilidade do momento. As empresas devem negociar taxas melhores ou mudar de banco.
c) Contrate obras dentro dos limites da sua capacidade econômico-financeira para não ter que recorrer aos bancos.>> A crise que afeta mais as incorporadoras vai diminuir a pressão de demanda pela mão-de-obra e materiais básicos e pode favorecer as obras públicas.
d) Revise os custos e os planos de contratação de pessoal.
e) Nas licitações públicas, orçamentos estimativos devem ser examinados com cuidado, pois podem estar com preços defasados ou com Io (data-base do orçamento) antigo.
f) Não dar descontos muito grandes que inviabilizem o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.

Fonte: Maçahico Tisaka

Profissionais da construção:

a) Continue se dedicando à engenharia. Lembre-se: com a parada do desenvolvimento no Brasil há duas/três décadas, a engenharia foi deixada de lado. Hoje, com a retomada, faltam engenheiros.
b) Cautela na mudança de empresa, uma vez que o cenário futuro é de desafios operacionais expressivos e de consolidação, o que pode provocar diminuição de quadros e até demissões.
c) Atenção para contínuas reivindicações de aumento de salário, como ocorrido em 2008. O cenário pode ter mudado. No próximo ano, o ciclo de aquecimento tende a se atenuar e as remunerações, se isso se confirmar, serão estabilizadas.

Fornecedores de materiais de construção:
a) Revise, junto a seus clientes, os compromissos de atendimento ao mercado. Boa parte das incorporadoras está revendo suas metas para baixo.
b) Não tome decisões drásticas em relação aos planos de expansão da produção; o ciclo de crescimento do setor continua.
c) Evite grandes reajustes de preços que possam prejudicar o equilíbrio financeiro da demanda. Dada a tendência de queda do número de projetos, aumentos além das pressões de custos com matéria-prima podem fragilizar ainda mais o consumo.
d) Aprimore o relacionamento com as construtoras e incorporadoras. No cenário atual, a manutenção de clientes é estratégica.
e) Aproveite para reestabelecer os estoques a níveis seguros.
f) Setorialmente, a indústria de fornecedores cogita solicitar ao governo
benefícios na desoneração de impostos e manutenção das linhas de
crédito já existentes, como forma de assegurar a manutenção da
demanda e dar continuidade ao atendimento do déficit habitacional.

Escritórios de projetos:
a) Examine contratos existentes e as novas programações de clientes para 2009.
b) Reforce o foco no planejamento e controle de prazos, custos e qualidade, visando a melhorias do desempenho técnico global.
c) Fique atento ao volume de lançamentos das incorporadoras. Assim, em caso de queda na demanda, é possível desmobilizar a estrutura interna do escritório com antecedência.
d) Reforce o caixa da empresa com os recursos vindos de projetos em andamento e revise suas projeções de endividamento.

Fonte: Revista Construção mercado n° 88 - novembro 2008