sexta-feira, 29 de novembro de 2013

PIB da construção crescerá até 2% em 2013 e 4% em 2014, diz CBIC

Pacote de concessões do Governo Federal e programas como Minha Casa, Minha Vida e o PAC deixam a entidade mais otimista para o próximo ano



A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou na última quarta-feira (20) que espera um crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) da construção em 2013. Já para o ano que vem, a entidade segue otimista e prevê um crescimento de 3% a 4%.
Inicialmente, a previsão de crescimento para o setor neste ano era de 2,5%, mas caiu para 2%. Segundo o vice-presidente da CBIC, José Carlos Martins, isso se deve à economia do País. "Quando a economia não anda na velocidade que se imagina, o investimento privado também não anda", disse. Além disso, o executivo criticou o excesso de burocracia e apontou como gargalos os custos, os prazos e a insegurança jurídica.
Já para o ano que vem, de acordo com Martins, o pacote de concessões do Governo Federal deve trazer cerca de R$ 500 bilhões em investimentos. Há também a continuidade dos programas Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), importantes para o setor.
"Para as concessões, o mais importante são regras claras e confiáveis. Esperamos que elas continuem a andar. No Minha Casa, Minha Vida, seria muito importante o governo sinalizar a continuidade do programa nos próximos anos", ressaltou Martins.
Segundo números da CBIC, de janeiro a setembro, o setor da construção contratou mais 148 mil trabalhadores com carteira assinada. O número foi bem menor do que registrado em 2012, quando o volume alcançou 213 mil admissões. Para o vice-presidente, o setor, que já emprega mais de três milhões de pessoas atualmente, vai continuar contratando em 2014, mas não "tanto quanto em 2012".
Fonte: PINIweb

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Déficit habitacional em queda

Estudo aponta que entre 2007 e 2011 déficit habitacional básico caiu 13%
O estudo não considerou famílias que moram em favelas
 por conta da descontinuidade de dados do IBGE
Estudo feito pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que o déficit habitacional básico brasileiro caiu 13% entre os anos de 2007 e 2011. Em 2011, o déficit ficou em 3,353 milhões de famílias sem moradia adequada, segundo os resultados divulgados no início deste semestre, com base em dados do IBGE. Os números são referentes ao déficit habitacional básico - que é composto por famílias que vivem em coabitação (1,674 milhão) e moradias inadequadas (1,677 milhão).
Esses dados não consideram famílias que moram em aglomerados subnormais (favelas), por conta da descontinuidade de dados (a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - PNAD - deixou de registrar os dados referentes à localização dos domicílios em favelas). No entanto, a estimativa é que o número de famílias nessa condição seja de 2,175 milhões.
O estudo aponta alguns fatores que influíram no desempenho do déficit habitacional: melhoria da renda, principalmente das famílias de baixa renda, e expansão do crédito e dos subsídios do Minha Casa, Minha Vida.
Em termos relativos (proporção entre os domicílios que faltam e o número de famílias existentes), o déficit recuou de 6,5% em 2007 para 5,2% em 2011. No período em questão, o número de domicílios no Brasil passou de 55,9 milhões para 61,5 milhões, enquanto o número de famílias subiu de 59,5 milhões para 64,4 milhões.
As cidades concentram 71% das necessidades de novas moradias. Na zona rural, porém, estão 46% dos domicílios rústicos, improvisados e cortiços - apesar da área representar apenas 14% do total de domicílios do País. A partir do resultado, conclui- se que seria necessário aumentar em 5,4% o número de domicílios no País para se eliminar o problema. Vale lembrar que esse número desconsidera as favelas.
Ferramenta automatiza avaliação de imóveis
A Unidade de Financiamentos da Cetip disponibilizou a primeira plataforma eletrônica brasileira de gerenciamento de dados de avaliações de imóveis. A intenção da empresa, que já opera no mercado financeiro com avaliações de automóveis, é entrar também no setor imobiliário.

O objetivo do produto é ligar os agentes financeiros aos avaliadores de imóveis, com mais rapidez e interatividade. A plataforma será contratada pelos bancos (ou financiadoras) e os avaliadores poderão preencher as informações das avaliações no sistema on-line, por smartphones ou tablets. Todo o acompanhamento do processo é feito em tempo real. Espera-se com isso ganhar agilidade nas avaliações e aumentar a oferta de crédito imobiliário.
"Ao automatizar o processo de avaliação se ganha rapidez e simplicidade, maior padronização das avaliações e a consolidação de um banco de dados para consulta", diz Mauro Negrete, diretor-executivo de operações e tecnologia da Cetip. Ele explica que o e-mail é ainda o canal de comunicação mais usado entre financiadoras e avaliadores e isso não ajuda a acelerar o processo de concessão de crédito.
Com base no arquivamento padronizado e organizado das informações recebidas, será possível montar um banco de dados de avaliações, podendo servir como mais um componente para índices de preços de imóveis.
O Banco Itaú experimenta o produto desde maio de 2013. Essa tecnologia já é aplicada nos Estados Unidos e teve de ser adaptada à realidade brasileira. De acordo com Negrete, as principais modificações que o sistema sofreu ao ser transposto para o Brasil foram as adequações ao código postal e à legislação brasileira que normatiza os bancos. Outra modificação é a padronização do laudo de avaliação para a ABNT NBR 14.653 - Avaliação de Bens.
Fonte: PINIweb

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ESTÁ FALTANDO ENGENHEIROS NO MERCADO?????

Em debate realizado na última terça-feira (5), em Brasília, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou três pesquisas que concluíram que não há o risco de um "apagão" generalizado de engenheiros no Brasil. 

Um dos estudos indica que, em termos quantitativos, estas pressões tendem a serem resolvidas com a ampliação da oferta de novos engenheiros, uma vez que os cursos da área voltaram a atrair os alunos.
Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, "ainda há o que fazer, mas estamos no caminho certo". Por outro lado, os autores alertam para o fato de que a inexistência de gargalos não significa a falta da necessidade de ampliação dos investimentos no ensino de engenharia, particularmente nas universidades públicas.
Ao todo, o Brasil tem 18,8 ingressantes em engenharia para cada 10 mil habitantes - o número é acima da média de 15,3 dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Entretanto, o número total de matrículas de cursos de ensino superior ainda é a metade da média desses países - 44,5 para cada 10 mil habitantes no Brasil e 78,5 em média para cada 10 mil habitantes nos países da OCDE.
De autoria dos pesquisadores da Universidade de São Paulo Mario Sergio Salerno, Leonardo Melo Lins, Bruno Cesar Pino Oliveira de Araujo, Leonardo Augusto Vasconcelos Gomes, Demétrio Toledo e Paulo Meyer Nascimento, o texto "Uma proposta de sistematização do debate sobre falta de engenheiros no Brasil" ressalta que as vagas para engenheiros cresceram 85% em uma década, chegando a aproximadamente 230 mil profissionais. Em contrapartida, os engenheiros apresentam um percentual de ocupações típicas inferior às das outras profissões.
O artigo também apontou quatro dimensões que podem explicar a percepção de alguns agentes econômicos sobre escassez de mão de obra em engenharia: qualidade dos engenheiros formados, uma vez que a evolução na quantidade não foi acompanhada pela mesma evolução na qualidade; hiato geracional, o que dificulta a contratação de profissionais experientes para liderar projetos e obras; déficits em competências específicas e déficits em regiões localizadas.
Já o artigo "A Demanda por Engenheiros e Profissionais Afins no Mercado de Trabalho Formal", de Aguinaldo Nogueira Maciente e Paulo A. Meyer M. Nascimento, conclui que "apesar das incertezas inerentes ao sistema econômico, o ritmo de expansão dos profissionais formados nas áreas de engenharia e profissões afins parece estar acompanhando adequadamente, pelo menos do ponto de vista quantitativo e mais geral, as tendências do mercado de trabalho".  
De acordo com os autores, a expectativa é de que até 2020 o número de engenheiros requeridos pelo mercado de trabalho formal atinja entre 600 mil e 1,15 milhão de profissionais. O artigo ainda mostra que entre 2000 e 2009, os setores que mais apresentaram elevação do salário pago a engenheiros foram os de cimento, álcool, artefatos de couro e calçados, serviços imobiliários e aluguel e construção.

Analisando a formação nas áreas de engenharia, o artigo "Evolução da Formação de Engenheiros e Profissionais Técnico-Científicos no Brasil entre 2000 e 2012", de Divonzir Arthur Gusso e Paulo A. Meyer M. Nascimento, observa que as ofertas em engenharia encontraram sendas de expansão tanto no volume total de matrículas como no de conclusões de curso, além de passar por grande diversificação de habilitações e por um considerável aumento da participação do setor privado na área.  
O Inep ainda divulgou no evento que planeja uma forma de acompanhamento dos estudantes concluintes de engenharias. A proposta ainda está em discussão.

Fonte: PINIweb