quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A influência da quantidade de proponentes no resultado da licitação (Aldo Dórea Mattos)

Licitações acontecem diariamente, em todas as esferas da Administração Pública e para os mais diversos fins. Especificamente na construção civil, há algumas licitações com poucos participantes e outras com muitos. Os motivos para essa variação no número de proponentes são muitos: complexidade dos serviços contratados, prazo de divulgação do edital, localização da obra, dificuldade de se conseguir os atestados exigidos e até a reputação do órgão que licita a obra.

O fato é que a quantidade de proponentes influi no resultado do certame licitatório, pois o desconto dado pela empresa vencedora da licitação é claramente função de quão acirrada a disputa é.

Um interessante estudo de Marcos Cavalcanti Lima - “Comparação de custos referenciais do DNIT e licitações bem-sucedidas”, XIII SINAOP – Simpósio Nacional de Auditoria de Obras Públicas, Porto Alegre – RS (2010) - mostra que, no DNIT, quanto mais disputada é a licitação, maiores são os descontos obtidos pelo órgão em relação ao preço referencial do edital. Na figura abaixo, IPCC é o índice preço-custo do contrato (ou seja, a relação entre o preço da proposta vencedora e o orçamento referencial do órgão).



Não é difícil intuir o porquê desse comportamento ― as empresas, ao sentirem um clima de alta competitividade, tendem a diminuir o lucro na formação do preço e a “apertar” os custos.

O curioso é que nos Estados Unidos o fenômeno é idêntico. A figura abaixo mostra um estudo da NASA, mostrando uma nítida correlação entre o preço vencedor e o número de participantes da licitação. A única diferença é que nos EUA os órgãos admitem preço superior ao orçamento referencial (daí IPCC superiores a 1,00).





Fonte: PINIweb

Nenhum comentário: