quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Caixa confirma R$ 3 bi para as construtoras

A Caixa Econômica Federal publicou ontem (11/01), no Diário Oficial da União, circular na qual confirma que será o agente do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para emprestar R$ 3 bilhões às construtoras este ano

A operação, que já havia sido aprovada pelo Conselho Curador do FGTS em dezembro de 2008, é a primeira desta natureza. Os recursos devem ser aplicados pelas empresas, obrigatoriamente, na construção de unidades residenciais que sejam enquadradas na legislação do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

"Essa medida já estava sendo estudada há algum tempo, antes da piora da crise financeira. Mas, com a crise, a gente está vendo os bancos se retraírem um pouco e a medida ganhou importância. Esses recursos devem viabilizar a construção de 50 a 60 mil unidades. A gente está com uma expectativa boa. Esperamos emprestar tudo neste ano e pedir mais (para o Conselho Curador do FGTS)", disse o vice-presidente de Ativos de Terceiros da Caixa, Bolívar Tarragó Moura Neto. Segundo ele, a demanda pelos recursos, até o momento, já está próxima de R$ 1 bilhão.

Segundo a instituição, os recursos poderão ser utilizados na aquisição de cotas de Fundos de Investimento Imobiliário (FII), de cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), de debêntures e de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) que possuam lastro em operações de habitação.

Essas cotas, debêntures ou certificados podem ser lançados por incorporadoras, empresas da construção civil, Sociedades de Propósito Específico (SPE), cooperativas habitacionais ou entidades afins e serão adquiridos por meio de um Fundo de Investimento Imobiliário da Caixa Econômica Federal. A Caixa poderá financiar, com recursos do FGTS, até 80% de cada empreendimento.

A instituição informa ainda que os agentes financeiros atuarão na estruturação dos fundos e papéis para seu lançamento no mercado, e para posterior aquisição pela Caixa, e, também, no financiamento das unidades habitacionais aos mutuários finais.

A taxa mínima de juros nas operações, segundo a circular da Caixa, será de 7% ao ano, mais a taxa de atualização monetária aplicável às contas vinculadas do FGTS. Para os empreendimentos que não são classificados como habitação popular, a taxa mínima de juros será de 9% ao ano mais a atualização monetária. Segundo Bolívar Tarragó, vice-presidente da Caixa Federal, os juros mais baixos para habitações populares beneficiam os empreendimentos voltados para a baixa renda.

Para operacionalizar os empréstimos com recursos do FGTS, a Caixa informou que serão aceitos somente investimentos que apresentem classificação de risco de crédito entre "AAA" e "C", ou seja, com baixo risco de calote.

--------------------
Arito publicado no Jornal Estado de Minas em 12/01/2009
Fonte: INFOMET

DESPREPARO DAS PREFEITURAS

Governo tem R$ 8 bi para moradias, mas faltam projetos das prefeituras

BRASÍLIA - Preocupado com a falta de projetos das prefeituras por verbas da União, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai aproveitar o encontro com os novos prefeitos, convocado pelo governo e que acontecerá nos dias 10 e 11 de fevereiro, para passar orientações de como elas devem se organizar para disputar os recursos federais.

Uma das recomendações é a formação de consórcios para a contratação de equipes técnicas encarregadas de elaborar os projetos. O governo tem R$ 8 bilhões para gastar em obras de saneamento, urbanização de favelas e construção de moradias, mas entre os entraves que dificultam a aplicação está a falta de projetos, que precisam ser apresentados pelas prefeituras e aprovados pelo governo para a liberação dos recursos. O dinheiro está previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).O esforço do governo é para reduzir o déficit habitacional do país, que está em 7,2 milhões de moradias, e melhorar as condições de saneamento. Hoje, segundo dados do IBGE, cerca de 49% dos domicílios ainda não contam com rede de esgoto e quase 20% das moradias ainda não têm abastecimento regular de água.Desses R$ 8 bilhões, R$ 2 bilhões são do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), R$ 4 bilhões são para saneamento e R$ 2 bilhões são da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O dinheiro do FNHIS pode ser usado na urbanização de favelas e na construção de moradias. Os R$ 2 bilhões devem ser investidos entre 2009 e 2010. Os recursos de saneamento são para este ano.- Há problemas estruturais que precisam ser resolvidos, e nosso embate é neste sentido. Tem que ter obra, mas é preciso melhorar e retomar o planejamento dos municípios - afirma a secretária de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães.O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, apoia a iniciativa do governo e reconhece a dificuldade das prefeituras na elaboração dos projetos. Segundo Ziulkoski, muitas prefeituras não têm estrutura para fazer os projetos nem disponibilidade financeira para contratar técnicos que desempenhem essa tarefa.- Estamos lamentando que o presidente esteja disponibilizando o dinheiro e nós não estejamos conseguindo fazer chegar lá na ponta - afirmou Ziulkoski.O governo fará um mutirão com os prefeitos para tentar gastar os R$ 8 bilhões nos dois últimos anos do mandato de Lula.---------------------

Matéria publicada no Jornal O Globo, 14/01/2009. Fonte: INFOMET.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

COMO SUPERAR A CRISE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Excelente materia publicada pela Revista Construção Mercado de novembro de 2008. Veja na íntegra:
Saiba quais ações já podem ser tomadas frente ao novo cenário econômico.
Incorporadoras e construtoras:
a) Estabeleça novas prioridades para aplicação de recursos, considerando as mudanças no cenário econômico. Estabeleça três cenários possíveis: otimista, intermediário e realista.
b) Procure diminuir o nível de endividamento para os próximos meses.
c) Direcione caixa para conclusão de obras em andamento. Na compra de terrenos, atenha-se somente às oportunidades imperdíveis.
d) Revise seu segmento de atuação.
e) Repense lançamentos comerciais e residenciais de médio padrão, com grande oferta de mercado, que eventualmente estivessem previstos antes da crise.
f) Ajuste a patamares mais realistas salários e sistemas de remuneração variável.
g) Aprofunde-se e, se necessário, revise o processo de análise de crédito aos mutuários.

Construtoras de obras públicas.

a) Em princípio, a curto prazo, as obras públicas não deverão ser muito afetadas pela crise. A médio e a longo prazo a situação pode mudar se a arrecadação dos impostos cair significativamente e se as despesas de custeio do governo não forem contidas.
b) As taxas de juros para capital de giro tendem a aumentar, mais pela sensação de instabilidade do momento. As empresas devem negociar taxas melhores ou mudar de banco.
c) Contrate obras dentro dos limites da sua capacidade econômico-financeira para não ter que recorrer aos bancos.>> A crise que afeta mais as incorporadoras vai diminuir a pressão de demanda pela mão-de-obra e materiais básicos e pode favorecer as obras públicas.
d) Revise os custos e os planos de contratação de pessoal.
e) Nas licitações públicas, orçamentos estimativos devem ser examinados com cuidado, pois podem estar com preços defasados ou com Io (data-base do orçamento) antigo.
f) Não dar descontos muito grandes que inviabilizem o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.

Fonte: Maçahico Tisaka

Profissionais da construção:

a) Continue se dedicando à engenharia. Lembre-se: com a parada do desenvolvimento no Brasil há duas/três décadas, a engenharia foi deixada de lado. Hoje, com a retomada, faltam engenheiros.
b) Cautela na mudança de empresa, uma vez que o cenário futuro é de desafios operacionais expressivos e de consolidação, o que pode provocar diminuição de quadros e até demissões.
c) Atenção para contínuas reivindicações de aumento de salário, como ocorrido em 2008. O cenário pode ter mudado. No próximo ano, o ciclo de aquecimento tende a se atenuar e as remunerações, se isso se confirmar, serão estabilizadas.

Fornecedores de materiais de construção:
a) Revise, junto a seus clientes, os compromissos de atendimento ao mercado. Boa parte das incorporadoras está revendo suas metas para baixo.
b) Não tome decisões drásticas em relação aos planos de expansão da produção; o ciclo de crescimento do setor continua.
c) Evite grandes reajustes de preços que possam prejudicar o equilíbrio financeiro da demanda. Dada a tendência de queda do número de projetos, aumentos além das pressões de custos com matéria-prima podem fragilizar ainda mais o consumo.
d) Aprimore o relacionamento com as construtoras e incorporadoras. No cenário atual, a manutenção de clientes é estratégica.
e) Aproveite para reestabelecer os estoques a níveis seguros.
f) Setorialmente, a indústria de fornecedores cogita solicitar ao governo
benefícios na desoneração de impostos e manutenção das linhas de
crédito já existentes, como forma de assegurar a manutenção da
demanda e dar continuidade ao atendimento do déficit habitacional.

Escritórios de projetos:
a) Examine contratos existentes e as novas programações de clientes para 2009.
b) Reforce o foco no planejamento e controle de prazos, custos e qualidade, visando a melhorias do desempenho técnico global.
c) Fique atento ao volume de lançamentos das incorporadoras. Assim, em caso de queda na demanda, é possível desmobilizar a estrutura interna do escritório com antecedência.
d) Reforce o caixa da empresa com os recursos vindos de projetos em andamento e revise suas projeções de endividamento.

Fonte: Revista Construção mercado n° 88 - novembro 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O MERCADO IMOBILIÁRIO DO CARIRI E A CRISE MUNDIAL


Já são visíveis em alguns setores da economia brasileira os primeiros sinais da crise financeira mundial. Nesse cenário, o setor imobiliário que acumulou os melhores resultados dos últimos 20 anos, está sob o olhar atento de empresários, investidores, governo e entidades ligadas a esse setor que já demonstram preocupação de que se reproduza no Brasil a crise imobiliária que acometeu os Estados Unidos e deu origem à tão propalada e temida crise financeira mundial.
Cabe aqui uma breve retrospectiva dos fatos que antecederam esta crise. Em 2001, logo após a crise das empresas pontocom, os juros do Federal Reserve (o banco central americano) foram caindo gradativamente para que a economia se recuperasse. O setor imobiliário, atento à nova fase econômica de taxas baixas de juros aproveitou para alavancar suas vendas, culminando com o desenvolvimento acelerado do mercado imobiliário americano, atingindo seu apogeu em 2005, com a expectativa de valorização dos imóveis e de aumento dos investimentos no setor. Para aproveitar o “boom imobiliário”, as financeiras norte-americanas, que detêm um sistema de financiamento via hipotecas, começaram a liberar empréstimos para o segmento subprime (crédito de risco concedido às famílias de baixa renda) e o resultado foi o colapso na economia norte-americana e que respingou em todo o mundo.
Alguns investidores tradicionais temem que a exemplo dos Estados Unidos, o Brasil esteja vivendo uma “bolha” imobiliária. Apesar da preocupação, especialistas do setor imobiliário afirmam que a crise, além de mundial e real, não representa grandes riscos ao mercado imobiliário brasileiro, pois atualmente existem critérios e regulamentações rígidas para análise e aprovação de crédito no Brasil. Outro fator de peso é a alienação fiduciária, que permite ao banco ou instituição financeira retomar o imóvel em caso de inadimplência num período de 90 dias.
Apesar disso, a crise existe e não podemos fechar os olhos para ela. Por outro lado, com a turbulência econômica, hoje é muito mais seguro investir em imóveis do que na Bolsa de Valores. A aplicação em imóveis é sólida e segura e o déficit habitacional é uma realidade.
O mercado imobiliário do Cariri é atípico quando comparado com o mercado de outras regiões do país. Além da demanda reprimida por moradias e do crescimento exponencial da construção civil do Cariri, a maioria das construtoras e investidores trabalha com autofinanciamento e a maior parte do crédito imobiliário provém de recursos da poupança ou do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) que, segundo afirmou recentemente a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, não deve diminuir e não terá as taxas de juros aumentadas.
Tantas garantias colocam o mercado imobiliário da região do Cariri em uma posição privilegiada e segura em meio às oscilações do mercado de ações da Bolsa de Valores e da economia interna e externa. Com isso, os construtores e empresários ligados ao setor devem permanecer otimistas, pois o mercado imobiliário local ainda está carente de unidades habitacionais e a massa salarial dos caririenses está em crescimento, o que garante a liquidez do setor.

Jefferson Luiz Alves Marinho
Especialista em Avaliações de imóveis e Perícias de Engenharia
Professor do Departamento de Construção Civil da URCA.

Caixa não vai alterar condições de financiamento da casa própria

SÃO PAULO (Agência Brasil), 21 de outubro - A Caixa Econômica Federal não vai alterar as condições de financiamento imobiliário diante da crise econômica mundial. A posição é válida tanto para contratos de pessoas físicas quanto jurídicas. A informação é da superintendente nacional de Habitação da Caixa, Bernadete Maria Pinheiro Coury. “Com relação especificamente a esse momento de crise, a orientação que nós temos e que seguimos é que a Caixa manterá as condições de financiamento. Não pretendemos aumentar os juros ou mudar prazos e nem alterar a cota de financiamento. Os prazos [continuam] de até trinta anos e as cotas de até 100%”, afirmou na segunda-feira (20) em São Paulo, durante a quarta edição do Fórum Nacional de Sustentabilidade da Construção.De acordo com Coury, a instituição financeira não verificou até o momento diminuição no ritmo de fechamento de contratos de financiamento imobiliário praticados pelo banco. “Até a semana passada, o ritmo de contratação não foi alterado. Mas, a gente acredita que se não houver um recrudescimento da greve [dos bancários], isso pode ficar um pouquinho comprometido”, considerou. A superintendente admitiu, porém, que as construtoras podem eventualmente, no atual momento de crise, diminuir a quantidade de imóveis lançados no mercado. “Os empresários estão dizendo que, eventualmente, vão reavaliar lançamentos. A Caixa vai agir sempre visando ao atendimento do mercado. Se houver uma redução de oferta de unidades habitacionais, a gente vai contribuir para que essa redução não exista, mantendo a oferta de crédito”, disse. Questionada se recomendaria às pessoas fechar contratos de financiamento diante da atual conjuntura econômica, Coury afirmou que “a qualquer momento” a decisão de assumir um compromisso em longo prazo tem de ser avaliada pela própria pessoa, de acordo com a condição dela. “No momento atual, se ela vier na Caixa buscar um crédito, qual a certeza que ela vai ter? Que ela está assumindo um crédito com uma taxa de juros que nós garantimos que, com certeza, está entre as mais baixas do mercado. Se ela tiver condição, pode assumir sem medo”, disse. De acordo com a Empresa Brasileira de Estudos sobre Patrimônio (Embraesp), os lançamentos residenciais na cidade de São Paulo totalizaram 23.112 unidades no período de janeiro a agosto deste ano, um crescimento de 37,70 % em relação ao mesmo período de 2007. Empresários do setor também ressaltaram que, por ora, não notaram diminuição dos negócios e tampouco a fragilização das corporações do setor, apesar da desvalorização das empresas de construção na bolsa de valores. “Em janeiro deste ano, as ações da Cyrela valiam R$ 29,00. Na última sexta-feira, fecharam em R$ 11,00. E eu posso assegurar que a empresa hoje é muito melhor do que era em janeiro. A empresa só melhorou, só cresceu, só ganhou dinheiro, só está mais sólida. [A desvalorização] não afeta fluxo de caixa, é uma relação acionista. Afetaria em uma busca de capitalização futura da empresa, mas nós não vamos fazer [capitalização] agora por uma razão óbvia, nós não vamos vender ações da empresa por R$ 11,00”, disse Ubirajara Spessotto, diretor-geral da Cyrela Brazil Realty.
Matéria de Bruno Bocchin, publicada em 21/10/2008, 06:54:37, no site Click21.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O Crescimento Exponencial da Construção Civil do Cariri

A posição estratégica da região do Cariri a transforma num importante pólo comercial do Nordeste, com forte desenvolvimento cultural, educacional, turístico, religioso e industrial, sendo este último motivado pela instalação de novas empresas que são estimuladas por programas ou benefícios fiscais (redução da carga tributária) proposta pelo governo.

Tanto a interiorização industrial quanto a implantação de um pólo universitário, aliado à inserção do Cariri na economia globalizada, são fatores que têm favorecido o crescimento da construção civil nessa abençoada região, uma vez que, com o aumento da população, ocorre o aumento pela procura de imóveis e a necessidade de se expandir os serviços e os equipamentos públicos.

No que diz respeito ao crescimento, o mercado imobiliário do Cariri já sofreu um “boom”, principalmente por conta das diversas opções de crédito (Caixa Econômica Federal, Bradesco, HSBC, Poupex – Banco do Brasil e diversas companhias de consórcios imobiliários). Outro fator é o aumento do prazo dos financiamentos (até 30 anos) e o aumento da renda da população, que já é um reflexo deste crescimento exponencial verificado na região.

A verticalização das edificações já começa a mostrar que veio para ficar. São prédios de luxos, com alto padrão de qualidade e com excelente partido urbanístico. Condomínios fechados de alto nível estão sendo construídos em várias partes da cidade. Foi criada a primeira Associação dos Construtores do Cariri - ACC e recentemente foi realizado na região o 1° Feirão de Imóveis, promovido pela Caixa Econômica Federal, e, na oportunidade, foi empossada a 1ª Diretoria do Sinduscon (Sindicado da Indústria da Construção Civil) na cidade de Juazeiro do Norte. No que tange à formação profissional, contamos com três instituições de ensino superior que formam profissionais para atuar no segmento da construção civil, sendo o mais antigo o curso de Tecnólogo da Construção Civil da URCA, que atua na região desde 1976, seguido pelo Curso de Produção Civil do CEFET e mais recentemente pelo Curso de Engenharia Civil da UFC.

O processo de transformação que a região vem experimentando já é realidade, mas é necessário alertar que os desafios a serem vencidos são grandes. Portanto, é necessário que o setor da construção civil continue encetando ações como as descritas acima para que o padrão de produtividade e qualidade das construções seja aumentado, desmistificando a visão da sociedade de que o setor da construção civil é depositário de mão-de-obra desqualificada e de produção artesanal.

Mas somente isto não é suficiente. Paralelamente às ações da iniciativa privada é necessário que o poder público aja, melhorando a sua atuação no tocante ao cumprimento da legislação (Código de Obras e Postura e Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo), garantindo uma ocupação de forma ordenada, bem como, buscando investimentos para serem aplicados na construção de equipamentos urbanos e infra-estrutura básica, dando condições da cidade se expandir de forma equilibrada e sem agredir o meio-ambiente.

Jefferson Luiz Alves Marinho
Professor e Coordenador do Curso de Construção Civil da URCA
Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Eng° de Avaliações e Perícias de Engenharia.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

No Clima da ExpoCrato

Julho é o mês mais esperado dos cratenses e, porque não dizer, dos caririenses. Além de ser o mês das férias escolares e um período onde predomina um clima agradável é, sem sombra de dúvidas, a Exposição Centro-Nordestina de Animais e Produtos Derivados, mais conhecida como EXPOCRATO, o evento mais aguardado dos cratenses. Neste período a cidade se transforma: ruas são asfaltadas, meio-fios são pintados, terrenos são limpos, iluminação é reposta, a sinalização do trânsito é refeita, adornos são colocados da entrada da cidade até o parque onde se realiza o evento, além da grande quantidade de turistas de todo Brasil, que se dirigem à nossa cidade para participar do evento.

É inquestionável que a Exposição do Crato já é um evento consagrado no cenário nacional, sobretudo no tocante ao grande número de negócios agropecuários realizados, atraindo turistas que se encantam pelas atrações naturais da Chapada do Araripe, pelas atrações culturais e artísticas do povo da região, pelas tradições religiosas, mas indubitavelmente, pela calorosa hospitalidade dos cratenses.

A realidade é que o astral do povo do Crato melhora durante os dias que antecedem a EXPOCRATO, aumentando ainda mais durante a semana de realização do evento. Neste período a feição da cidade muda, fica mais bela, mais atraente e mais cheia de encanto. O comércio abre mais tarde e fecha mais cedo. Nas praças não se fala em outra coisa, a não ser comentar as novidades da Exposição. Os clubes são invadidos por pessoas que buscam as belezas naturais e as fontes de águas cristalinas. Os bares e restaurantes ficam cheios ao cair da tarde, onde a população e visitantes fazem a “base” para mais logo, à noite. Os idosos colocam suas cadeiras nas calçadas para ver o movimento.

Mas, nem tudo são flores. A cidade ainda carece de melhoria na qualidade dos serviços e equipamentos públicos. Existem poucos hotéis e restaurantes, obrigando os turistas a se hospedarem nas cidades vizinhas. A malha viária possui várias opções, mas a conservação das estradas de acesso à região do Cariri não ajuda. No tocante à infra-estrutura aérea, já não se pode dizer o mesmo, pois contamos com um modesto aeroporto e com apenas uma companhia atuando na região. Falta um centro de apoio ao turista, onde sejam oferecidas informações sobre pontos turísticos, museus, igrejas, cultura, artesanato, gastronomia, clubes, trilhas ecológicas, fontes de águas naturais... Enfim, um serviço que possa dar suporte ao turista, fazendo com que a sua estadia seja inesquecível.

É importante ressaltar que para garantir o sucesso do evento é necessário que todos evitem qualquer tipo de excesso, que se desarmem não só literalmente, mas principalmente da arrogância e espírito de violência, que não sujem a cidade, que tratem bem o turista e que respeitem o próximo.

Jefferson Luiz Alves Marinho
Professor e Coordenador do Curso de Construção Civil da URCA.